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APRENDENDO A SER HUMANO

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SOBRE CARINHO E SAUDADE


Acho que o carinho deve ter surgido assim, deitado descalço e bem devagar, com raios nos olhos fechados de um sol que tá quase indo embora, e o calor que ainda esquenta um pouco, mas até já refresca de tão bom que é. Carinho é fazer intenção com a alma. E daí usar a mão, o pé, ou a parte que for, pra virar atenção em forma de toque. Tem carinho que tem sono de dormir. Carinho que é de oi, tudo bem? Carinho de só mais um pouquinho. E carinho que arrepia por fora e inteiro por dentro também. É primo do sorriso, irmão do abraço, tem rolo com o cheiro no pescoço e é o filho mais sábio do amor. Porque carinho é tocar com respeito o universo infinito do corpo de alguém. Daí, dá saudade. Saudade é sentir a ausência na presença incessante da falta. Sozinho. É sorrir um pouco sem jeito de saber que o que pesa no peito é bonito demais pra guardar. Saudade é fábrica de memórias enfileiradas na esteira do que passou. É insistência vestida de gala pro baile da nossa imaginação. A razão entrega o convite para o coração. E assiste, de pé, lá no canto, a entrada inspirada da emoção. Pra dança do sim com o não. Quando a gente sente saudade, é sinal de que foi mesmo bom. É uma parte de nós apitando a sirene vermelha do preste atenção. Saudade existe só pra gente poder matar. E saber que tudo bem, se a gente morrer de amar.


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