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APRENDENDO A SER HUMANO

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ENSAIO SOBRE A LIBERDADE


Não é a falta de liberdade que te prende. É o excesso de tudo o que já não é mais você. Por isso, a única coisa que te impede de ser livre é você mesmo. Não tem a ver com tempo, ou espaço, ou com o outro. Ser livre não tem a ver com nada além de você. Ensinaram os humanos que ser livre é ser leve. Deve ser porque ser livre é soltar o que existe de mais pesado em você. O que existe de mais pesado em você? Tire a roupa de tudo o que já não serve mais. E não tenha medo de que talvez não sobre nada. Nada além de alguém que não seja nada além de você. O que sobra quando o que fica é só o que você é? Quase nada? Pois bem. Isso é ser livre.É saber que neste quase cabe um universo inteiro de você. Quem você é? Quem você quer ser Quanto menor essa distância, mais livre você é. Dá medo, né? Pois é. Ser livre, às vezes, é ser o que você tem medo de ser. Você pode ser livre de um segundo pra outro. Quando passa a se querer bem assim como se é. Agora. Ser livre é conseguir ser agora. Será que algum dia conseguiremos ser agora? Respirar o ar desse exato momento e deixar que ele areje cada espaço presente em nós. Se entregar. Sem pensar. Colocar-se à disposição de nós mesmos. Com a certeza de todas as incertezas. A coragem de tudo o que não se teme, ainda que venha o medo. Como é difícil estar aqui. Se render ao nada que escapa a cada segundo. A várias únicas chances que já não são mais. Pensamos que precisamos de algo que dure, que nos ancore e sustente e prolongue. Dá segurança, conforto e ilusão de assentamento. Mas nos amarra como um barco enferrujado de águas salgadas que passam. E só passam. À margem. Não quero a sombra da vegetação. Não sou aquilo que prepara o terreno, que planta e colhe depois. Sou um barco que ruma sem rumo para o lugar de cada segundo. Ao menos tento sê-lo agora.Porque entre a ânsia de rumar aonde se quer chegar, e a liberdade de ser onde simplesmente se está, fico com a segunda. São mais poucos de todo instante. E menos muitos de tantos pra sempre. Experimentar alguns segundos em contato com esse lugar de mim é como uma eternidade de possibilidades que se abrem. Aqui, segundos são um milhão de anos-luz. Medidas não cabem nem fazem sentido. Não sei o que vai ser. Sei que sou muito disso e muito pouco ainda do que está ali e está por vir em forma de vida. Em forma de mim. A liberdade é um grito pacífico de clamor por mim mesma. Um grito pacífico de amor por mim mesma. Porque ser livre é se lembrar de se amar. E a liberdade é um clamor apaixonado, intenso e verdadeiro. É uma voz imprevisivelmente harmônica. E alta. A liberdade é um grito que te implora pra que você seja você. No lugar onde sou eu mesma, não há nada para ser dito, pesado ou medido. Há apenas o pedido incansável e sereno de que eu me apresente e me reconheça. Me faça em vida. No lugar onde sou eu mesma, não há nada além de puro potencial de vida. Puro amor de mim mesma. Sou mais de mim e quero mais do que sou. Entende? Não existe adeus para esse lugar, porque não existe adeus para quem você é. Então, diga oi para esse outro lado. O lado de quem você é. Me deixei invadir por quem eu sou. E já não me caibo mais em mim.


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